21 abril 2006

Voltaço-ço-ço-ço

Torci pelo Volta Redonda contra o 15 de Campo Bom, nas oitavas-de-final da Copa do Brasil. Torci como carioca e também para ter a satisfação de ver uma pequena confirmação de uma tese minha - a de que os times pequenos do Rio não são tão ruins quanto se fala na hora de criticar o futebol dos grandes. Sempre se usa como argumento o fato de nenhum deles se dar bem nem na série C, mas a verdade é que as equipes que eles montam para as disputas do segundo semestre pouco têm a ver com as que jogam no estadual, sempre inchadas de jogadores de empresários em busca de vitrine na TV. Esse mesmo Volta Redonda, por exemplo, foi vice-campeão do Rio em 2005, mas jogou a série C sem Túlio, Gláuber, Joílson, Schneider e até sem seu técnico.

Mas enfim, uma classificação em um torneio mata-mata como a Copa do Brasil não quer dizer muita coisa. Quem deve ter ficado feliz mesmo é o torcedor do Vasco. Não que o Volta Redonda seja um time pior que o 15, mas a verdade é que o clima do jogo em Volta Redonda vai ser bem mais tranquilo do que seria no Rio Grande do Sul. Mesmo que até haja uma possibilidade bem grande da torcida do Voltaço ser maioria no Estádio da Cidadania.

* * * *
Hoje morreu Telê Santana, um técnico que conseguiu ser ídolo - fato raro mesmo em equipes vencedoras. É emocionante ver até hoje a torcida do São Paulo gritar seu nome no Morumbi, mas ele é respeitado entre os torcedores de todos os clubes.

Muito disso é pelo fato de ele não ter sido só um vencedor, mas um vencedor que jogava limpo e fazia seus times jogarem bonito. Eu sempre lembro da declaração que Zico deu diversas vezes de que Telê foi o único treinador com quem trabalhou que jamais pediu a seu time que fizesse faltas para parar a jogada.

Faz falta alguém como Telê em tempos em que os clubes se estapeiam para ver quem oferece o maior salário a gente com ética duvidosa como Luxemburgo ou de filosofia de jogo bem mais, digamos, pragmática como Felipão.