26 maio 2006

A Pátria de chuteiras: Os zagueiros

Lá vamos nós pra segunda Copa seguida com Lúcio como titular da zaga da seleção.

E olha que foi por pouco que não houve a reedição da dupla com Roque Júnior. Ia ser demais. Quem lesse as escalações da seleção nessas Copas daqui a 50 anos iria imaginar que foram dois cracaços. "Absolutos em duas Copas seguidas!".

(Se bem que isso já está acontecendo com o Cafu, e nem precisou esperar 50 anos...)

Futebol é um jogo que se decide no detalhe. Muito mais do que a maioria dos outros esportes. Um azar ou um só erro de um jogador ou de um juiz pode custar uma partida. E, nesse caso, uma Copa do Mundo. Por isso, eu sou sempre a favor de minimizar ao máximo os riscos mantendo longe do campo aqueles jogadores com grande potencial pra fazer uma besteira a qualquer momento. Assim sendo, Lúcio jamais - nunca, em tempo algum - entraria em campo comigo como técnico da seleção.

(Volta e meia comentaristas falam esse tipo de coisa e aí completam: "mas ainda bem que eu não sou o técnico". Eu não falo isso não. Nem sou comentarista, e o Parreira ganha trocentas vezes mais do que eu.)

Dos convocados, Juan e Luisão são tranquilos - daqueles que você não está acostumado a ver darem grandes furadas, cometerem faltas tresloucadas nem nada. Sendo que o Juan tem qualidade na saída de bola acima de seus concorrentes.

Muitos falam da injustiça de Alex, ex-Santos, nem ter sido testado. Eu não estou vendo ele no PSV, mas aqui eu gostava bastante dele. E, se era pra convocar o Cris, seria mais fácil pra mim levar o Caçapa - mas esse nem é cogitado por ter se destacado aqui por pouco tempo, por se chamar Caçapa e ser um verdadeiro armário; todo mundo pensa nele como uma espécie de Odvan. Mas eu o achava, aqui, muito melhor que o Cris (que também não bate lá muito bem e seria um perigo se entrasse em campo). E os dois são titulares do mesmo time.


Talvez, no lugar do Parreira, eu levasse apenas um zagueiro mesmo pra reserva, e contasse com o Edmílson para alguma eventualidade. Há sentido em não usá-lo fora de sua posição atual (apesar dele não ligar pra isso no caso de outros convocados...), mas considerando que não temos uma safra de grandes zagueiros...

* * * *

Vi uma boa parte de Corinthians x Inter, na tal "revanche" de Tinga depois do lance bizarro que custou ao Colorado o título do ano passado. Tenho certeza de que o Tinga ou qualquer torcedor do Inter trocariam essa vitória de ontem pela de 2005 sem pestanejar. Mas enfim...

De novo, o Inter mostrou que sabe manter a posse de bola, mas tem dificuldade em ser objetivo. Foi bem melhor que o Corinthians em 90% do tempo, mas chegou a passar um perrengue desnecessário por não ter ampliado o marcador. De qualquer forma, é um time que só perdeu 2 jogos esse ano. Como diz Laércio Porto, com este desempenho, este técnico e sua história recente, o Inter tem tudo pra ser vice.

Gostei muito também da marcação gaúcha. Souberam adiantar seus jogadores e manter o adversário longe de sua área. Além de tomar muitas bolas sem falta.

O Corinthians era uma zona. Muita correria, Roger muito mal, nada de muito aproveitável. Acredite: os melhores momentos foram graças a Marcelinho Carioca. Pra você ver.