17 maio 2006

A Renato Gaúcho, as batatas

O primeiro tempo deste segundo Vasco x Fluminense foi muito bom. Precisando da vitória, o Fluminense foi pra cima com vontade e criou suas chances de gol - mas não aproveitou. O Vasco, podendo empatar, jogou como se esperava encolhido e buscando os contra-ataques. E nisso se mostrou competente, também criando suas oportunidades. Era impressionante como o time, quando retomava a bola, sabia quem buscar e onde para sair em velocidade, às vezes até com ligação direta do goleiro. E acabou conseguindo seu gol em uma dessas saídas em velocidade, esta em especial muito bonita, com a bola de pé em pé.

Início de segundo tempo, menos de um minuto e o juiz dá um pênalti inexistente e o empate ao Fluminense. O Vasco pareceu sentir, não conseguia mais encaixar os contra-ataques e a pressão tricolor foi enorme. Mas o time sofreu com uma noite pouco inspirada daqueles que deveriam a inteligência da equipe. Petkovic esteve apagado o tempo inteiro, aparecendo apenas em cobranças de escanteio; e Oswaldo Oliveira resolveu que o jeito de buscar os gols que precisava era atochar o time de atacantes. Solução infantil, que não combina com sua fama de equilibrado e sim com um Carlos Alberto Torres da vida.

O resultado é que o Fluminense pouco criou de concreto. O jogo caiu de qualidade, mas ganhou em tensão. E o Vasco teve um pênalti indiscutível não marcado a seu favor, desperdiçou outro (que eu tenho minhas dúvidas) e ainda colocou uma bola inacreditável na trave no último lance da partida.

Como eu dizia, era difícil que o Vasco deixasse a classificação escapar. Trata-se de uma equipe com uma raça impressionante e onde se vê claramente o dedo do seu técnico. Sejamos justos: Renato Gaúcho deu um jeito na defesa, que antes era motivo de pânico de seus torcedores, e soube treinar o time para sair rápido nos contra-ataques. Merece boa parte do crédito pela inédita passagem à final da Copa do Brasil.


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De tarde, acompanhei razoavelmente a final da Copa dos Campeões da Europa. Nem Ronaldinho nem seu Barcelona jogaram bem, em nenhum momento. Tiveram muito a bola, mas criaram pouco. Já o Arsenal teve como destaque Henry, que jogando inacreditavelmente sozinho no ataque (especialmente a partir da expulsão do seu goleiro), conseguia incomodar e muito os adversários.

Os ingleses, a bem da verdade, criaram mais nos contra-ataques e podiam ter matado o jogo. Mas não mataram. E, sem a bola, marcavam atrás demais, deixando o Barcelona rondar sua área o tempo inteiro. Era risco demais; por melhor que se esteja marcando (e nem estavam, eram raras as roubadas de bola; o Arsenal só a recuperava quando o Barcelona errava um passe ou chutava pra fora) uma hora se dá um azar ou uma bobeira qualquer e a bola entra. Deram uma, Eto´o empatou o jogo; logo depois deram outra, e o improvável Belletti garantiu o título.

Como disse meu amigo Rafael, ainda bem que a convocação da Seleção foi antes dessa partida, ou perigava o Belletti garantir sua vaga. Vai saber.