28 junho 2006

Portugal x Inglaterra

Se aqui já reclamam do Brasil por ganhar e não convencer, o que dizer da Inglaterra? Proporcionalmente, eles estão apresentando ainda menos do que prometiam do que nós.

Time chato, que se resume a bolas longas ou chuveirinhos - embora no último jogo, sem Crouch, não tenham tentado muito isso. E que, ainda por cima, não demonstra vontade de vencer. Não vibram, não correm, nada. Tirando Rooney, que contra o Equador começou a jogar de verdade e a mostrar porque é a grande esperança da torcida. Talvez a salvação esteja nele mesmo.

Engraçado como estamos vendo por toda Copa volantes que aparecem de trás para concluir e definir os lances. Vemos isso na Argentina, no Brasil... Mas na Inglaterra, com seus badalados Lampard e Gerrard, nada. É um time estático, que não abre espaços e não permite que esse tipo de jogada aconteça.

Em Portugal, acontece com Maniche. E isso é só mais um dos aspectos que fazem do time português a antítese dos britânicos. Os lusos correm, se atiram, vibram. Até batem. Mas enfim, se mostram interessados de verdade.

Contra a Holanda tiveram um verdadeiro teste, e passaram no melhor estilo Felipão. Foi o tipo de jogo que o técnico cansou de ganhar com seus times aqui. Não foi um futebol bonito, nem mesmo sempre eficiente; poderiam ter perdido, não custava nada. Mas bem ou mal estão ganhando, estão concentrados e estão melhorando de jogo pra jogo.

Se fosse um jogo entre os dois times inteiros, agora, apostaria em Portugal sem medo. Porém, Portugal vai ter que enfrentar o maior desgaste depois da última batalha e os desfalques de jogadores importantes como Deco e talvez Cristiano Ronaldo. Além disso, nunca se sabe; a Inglaterra tem seus jogadores capazes de decidir num lance.

Não vejo então um grande favorito - e, no bolão, a Inglaterra chega até a final.

Mas se tivesse que apostar hoje, diria que dá Portugal.

(Aliás: acertei 7 dos 8 nas quartas. Só errei Portugal.)