05 junho 2006

A Pátria de chuteiras: Os meias

Quando começamos a falar dos meias, chegamos finalmente ao ponto alto de nossa seleção: o famoso quarteto. Sua primeira metade é a responsável pela criação em nosso meio de campo - Kaká e Ronaldinho Gaúcho.

Kaká é o que tem mais impressionado nesta preparação final. Neste último jogo contra a Nova Zelândia, foi o destaque absoluto. Aparece pro jogo o tempo todo, cai por todos os lados e parece estar acima dos outros até fisicamente - ou não foi impressionante a arrancada para o seu gol aos 40 do segundo tempo?

Já Ronaldinho Gaúcho... "Nunca joga na Seleção o que joga no Barcelona", é o lugar-comum que se confirma a cada jogo. Parece pouco objetivo, além do comentário também lugar-comum de que "no Barcelona sua posição é diferente".

No duro, nossos dois meias poderiam com tranquilidade jogar no ataque. Não teremos no meio-campo um jogador de toque de bola, e aliás isso fez falta contra a Nova Zelândia, principalmente no primeiro tempo. As jogadas de ataque saem sempre ou de arrancadas individuais ou de lançamentos mais longos. E há a impressão de que basta marcar nossas laterais para neutralizar 90% das jogadas ofensivas.

Isso poderia ser um pouco minimizado com a entrada do Juninho no lugar do Zé Roberto, como aconteceu no segundo tempo. Mesmo vindo mais de trás, ele é capaz de dar um pouco mais de qualidade no passe, até porque o Zé Roberto é muito mais de carregar a bola do que de passar. É um pecado ter alguém como o Juninho no banco, mas o fato é que é complicado barrar alguém como Kaká ou Ronaldinho. Então, a vaga tem que aparecer em outro lugar.

O outro meia no elenco é Ricardinho, e ele é mais uma opção de jogador para girar o jogo, tocar de um lado pro outro e manter a posse de bola - como Parreira tanto gosta, e daí sua presença na Seleção apesar da má fase em seu time. Eu acho que é uma boa opção, mas vai ser sempre esquisito em um jogo pra valer ver o técnico sacando qualquer um do quarteto pra colocá-lo em campo.

De qualquer forma, os dois reservas, como se vê, são de estilos completamente diferentes dos titulares. Ou seja, se um dos dois não puder jogar, Parreira vai ter que mudar o jeito do time - o que menos mudaria seria, talvez, lançar o Robinho, que tem mais a ver com o Kaká do que com o Gaúcho. Por isso eu provavelmente levaria o Alex, que é um jogador decisivo, muito técnico e habilidoso e que parece estar em grande fase. Seria uma opção para não mudar o esquema na falta do Ronaldinho. Até no fato de nunca ter jogado pelo Brasil o que joga pelos clubes é uma característica em comum.


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Muitos elogios ao Cafu pelo jogo de ontem. Engraçado.

Acho que tava todo mundo muito com a idéia na cabeça de que ele tá velho e não corre como antes. No que mostrou disposição e preparo físico, supreendeu e agradou. Pra mim, como não foi surpresa nenhuma, não me impressionou tanto.

A bem da verdade, ele se apresentou bem mesmo. Mas errou todas as jogadas de ataque que tentou.Gostei mesmo é do Roberto Carlos, no primeiro tempo. Um bom chute de fota e vários bons passes, inclusive um que deixou o próprio Cafu na cara do gol.