24 agosto 2006

E qual a solução?

Ney Franco já disse que não quer falar mais da saída de Jônatas, isso é assunto do passado. É verdade.

Mas o problema que se criou no meio-campo rubro-negro é algo que está bem presente. Tanto hoje, contra o São Caetano, quanto no sábado, contra o Grêmio, o Flamengo mostrou que está faltando no time quem seja capaz de dar um passe vertical, seja pra dar qualidade à saída de bola, seja pra colocar um atacante na cara do gol.

Pra piorar, Léo Medeiros, novo titular do meio-campo, não resolve nem o problema da marcação. Os adversários vêm tendo espaço para avançar até a entrada da área, e está tudo estourando na zaga. Hoje, no primeiro tempo, até Renato Augusto foi mais visto marcando lá atrás do que Medeiros. Tá complicado: tem que resolver o problema tanto do meio pra trás quanto do meio pra frente. Não é nem aquela questão do cobertor curto; tá faltando nas duas pontas.

* * * *

A notícia de que Antônio Lopes é o novo técnico do Fluminense nos leva a fazer um balanço das atitudes da diretoria do clube durante esse campeonato. E aí fica a pergunta: como diabos o tricolor ainda está lá por perto da vaga pra Libertadores?

* * * *

Ouvi gente falando até de redenção do futebol carioca por causa da morte do Caixa d´Água.

O fato é que o campeonato carioca, hoje em dia, ocupa pouco tempo no calendário. E, bem ou mal, sempre lota o Maracanã e é transmitido para boa parte do país pela Globo. Como diabos a Federação pode ser tão culpada pelos maus resultados dos times grandes do Rio no Brasileiro? Isso é de um simplismo inacreditável.

Pra mim, na verdade, os times grandes até tinham do que reclamar. Mas eles têm como conseguir patrocinadores por conta própria e o calendário ocupado o ano inteiro com competições importantes e de visibildiade. Quem levava a pior mesmo eram os clubes pequenos, estes sim mais dependentes da Federação do estado e prejudicados pela total falta de planejamento para que pudessem se sustentar ao longo de todo o ano, e não apenas servir como vitrines para jogadores de empresário nos poucos meses de exposição na TV.

Mas se estes clubes eram prejudicados, talvez o mesmo não pudesse ser dito de seus dirigentes, o que pode ser a explicação pra toda essa longevidade da administração Caixa d´Água.