16 novembro 2006

Coisa com coisa

Normalmente eu não ligo muito pra seleção fora de época de Copa do Mundo. É comum até eu torcer contra - porque não é raro eu estar implicando com o técnico por um motivo ou por outro e querendo que ele caia de uma vez. Com o Luxemburgo era bem assim. Mas o normal é eu estar indiferente, como estou agora.

Mas acabei vendo o jogo ontem. Foi chinfrim.

A vitória nem foi merecida. Os nossos gols foram em lances isolados (um escanteio, uma saída errada do goleiro deles) - como foi o da Suíça. Eles basicamente só sabiam levantar bolas na área, e mesmo assim devem ter tido mais ou menos o mesmo número de chances que o Brasil, fora um pênalti bem claro (e bem idiota) não marcado.

Mas gostei do Hélton, que eu sempre quis ver na seleção (embora, pra mim, fosse banco do Júlio César). Gosto da zaga também, embora quisesse ver ali o Alex, ex-Santos. No ataque, acho que o Rafael Sóbis não é jogador pra ser titular de seleção, provavelmente nem pra ser banco, e se for pra jogar não é como centro-avante.

Fora isso, não consigo me acostumar a ver Dudu Cearense, Fernando e Elano (que até vem bem, embora bata muito) como titulares do meio-campo pro Ronaldinho Gaúcho ficar no banco.

Essa história de não ter espaço para ele, Kaká e Robinho ao mesmo tempo é bem patético. É obrigação de um técnico de seleção arrumar um lugar pra todos eles, esse é o seu trabalho. Infelizmente, o fracasso na Copa leva a determinados pensamentos simplistas que acabam dando nesse tipo de besteira.

Isso me lembra o filme O ano em que meus pais saíram de férias, que vi há pouco tempo e se passa na época da Copa de 70. Havia a discussão: Pelé e Tostão podem jogar juntos? Muitos achavam que não. "Você não fala coisa com coisa", respondia a esses o menino do filme. Provavelmente acharia a mesma coisa agora.