17 novembro 2006

De caso com a Máfia

A notícia de hoje é o anúncio oficial de que deve mesmo haver uma relação oficial entre Flamengo e MSI em 2007.

É um anúncio esquisito, quase que um não-anúncio. Nem mesmo a renovação do Bruno está 100% certa. Nenhum jogador foi realmente contratado até agora. Enfim: de fato, nada ainda aconteceu.

E imagino que a maioria dos torcedores rubro-negros conscientes esteja torcendo agora para que, de fato, nada aconteça.

(Ok: a não ser a renovação do Bruno.)

Do pouco que se sabe e se disse, uma coisa positiva: a MSI não vai ser "parceira" do Flamengo, não vai mandar no futebol do clube, não indica diretor, nada disso. A relação do clube com a máfia russa seria como acontece com um empresário qualquer, um agenciador de jogadores. Ou seja: em princípio, a MSI funcionará como um Uram com portfolio de atletas mais vistoso. Então, até aí...

Em sendo assim, a maior questão fica sendo a política de contratação de jogadores. Os nomes cogitados valem a pena? São das posições que o time precisa, estão dentro de um perfil desejável? Não são caros demais? Mesmo que venham de graça, quem pagará os salários astronômicos a que estão acostumados? E chegarão dispostos a ficar realmente por algum tempo no Flamengo, ou apenas preocupados em partir de volta à Europa na primeira oportunidade?

Creio que as respostas a essas questões não são lá muito agradáveis.

No que começaram a surgir notícias de Tevez e Mascherano, por mais inverossímeis que soem, os jogadores na Gávea começaram a chiar. Quer dizer que estão ralando, correndo e jogando sério mesmo com dois meses de salários atrasados e, em vez de darem um jeito na situação, os diretores vão à Europa buscar jogadores de salários astronômicos para disputarem não só a vaga no time como o escasso dinheiro? Como é que pode?

A maior preocupação de um dirigente sério do Flamengo hoje em dia deveria ser resolver a questão do patrocinador. Fazer entrar dinheiro regularmente nos cofres do clube para dar a todos tranquilidade para trabalhar. Depois disso, pode se pensar em um passo além, se for o caso - tendo a chance de planejar em cima do que realmente se terá para gastar. Antes, não.

E é bom lembrar: tem eleição na Gávea ainda este ano. Essa diretoria nem sabe se continuará ano que vem e deveria lembrar disso antes de fechar qualquer acordo.