06 julho 2006

04 julho 2006

Forza!

É óbvio que meu palpite na Itália campeã, antes da Copa começar, era basicamente só isso: um palpite. Baseado em uma ou outra leitura, uma ou outra opinião de comentarista e uma ou outra observação. Mas era palpite mesmo.

Mas já no primeiro jogo da Azzurra me convenci de que tinha chutado bem. E mesmo nos perrengues que vieram depois, não mudei de opinião. Não era só torcida pelo meu bolão.

Como já devo ter escrito aqui: a Itália tem um grande goleiro, uma defesa muito boa, um meio-campo com um volante bem acima da média e um meia que tem seus momentos de inspiração e um belo centro-avante (que, desses aí, é a peça que tem sido menos efetiva; tem jogado bem, mas feito pouco gol).

E hoje, além disso tudo, teve postura de campeã.

Famosa pelo seu jogo defensivo, a Itália não deixou a Alemanha se impor jogando mais pro ataque do que o time da casa. Principalmente na prorrogação, quando o normal, para todos os times, é ter o máximo de cautela.

Talvez tenha sido pelo trauma de sempre perder nos pênaltis. Ou talvez pela certeza de nunca perder para os alemães. Mas o fato é que a Itália atacou e colocou duas bolas na trave logo no início do tempo extra - duas que não entraram no comecinho, duas que entraram no final.

A Alemanha não jogou mal, também não se intimidou e teve suas chances. Teve raça e fez o que pôde. Mas o fato é que é bem menos time que a Itália. Além de freguesa.


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Achava mesmo que a Itália ganharia hoje.

Pra amanhã, é mais difícil dar palpite. Tenho leve impressão de que dá Portugal. Mas é bem leve mesmo.

A impressão mais forte mesmo é a de que a final desta Copa foi hoje.

02 julho 2006

Foi ridículo

Não perdemos apenas por causa da escalação e das substituições do Parreira. É óbvio que teve mais coisa contribuindo para o resultado. Fora a atuação da França - é bom lembrar que tem outro time do outro lado, de vez em quando -, podemos colocar a derrota ainda na conta dos jogadores. Parece óbvio, e é. Mas às vezes colocam isso em segundo plano.

Algo de estranho aconteceu naquele jogo com aquele time. O que foi aquilo? Um amarelão coletivo? Desinteresse puro e simples de estrelas que têm a vida fácil demais? Briga com o técnico, ou entre os jogadores...?

O comportamento de quase todos os jogadores, que em nenhum momento pareceram entender bem o que se passava ali, só teria explicação fácil se revelassem agora que alguém teve uma convulsão na concentração antes do jogo. E olha que, mesmo sem isso, já ouvi teorias da conspiração por aí.

Sei lá o que se passava na cabeça deles. Só sei que foi ridículo.

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Beleza, perder jogando bonito é ruim. Mas e perder jogando desse jeito, é maneiro?

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Já li algumas vezes por aí que "finalmente o Parreira escalou o time que todos queriam, e ele não jogou nada".

Acho que quem lê essa bagaça já sacou, mas só pra reforçar: esse aí NÃO ERA o time que eu queria. O meu time era o do jogo contra o Japão, com um ou outro ajuste. Mas, se não quisesse, podia só repetir aquele mesmo.

Da mesma forma, agora falam de como o povo brasileiro está adotando o Portugal e Felipão. Aliás, a manchetes de O Dia e do Jornal dos Sports no dia seguinte foRam iguais: "Volta Felipão".

Pois bem: não estou torcendo por Portugal. Prefiro que qualquer outro ganhe. E não quero o Felipão de volta.

01 julho 2006

É ele que manda

Esse time que começou o jogo hoje era aquele que jogava nas eliminatórias e amistosos, até o Parreira inventar o quadrado mágico. Lembram?

E era um time que jogava mal. Eram jogos chatos, contra adversários em sua maioria medíocres, em que pássavamos horas sem fazer gol. Ninguém gostava.

Outro time que Parreira escalou foi esse do quadrado mágico que iniciou a Copa. Todo mundo reclamava que Adriano e Ronaldo junto não funcionavam. Os dois primeiros jogos foram lamentáveis, contra Gana não foi lá muito melhor também.

E ainda teve outra opção. Aquela com Robinho no ataque, e com outros laterais no lugar dos titulares-por-inércia Cafu e Roberto Carlos. Esse time venceu a Alemanha em sua casa e destruiu a Argentina na Copa das Confederações. E passou por cima do Japão nesta Copa, na única atuação convicente na competição.

Como se vê, Parreira testou coisas que deram certo e outras que deram errado.

E hoje ele preferiu usar as que deram errado. Entrou com o time lá do início das eliminatórias, e quando precisou mudar para tentar virar o jogo, voltou com o ataque do início da Copa. Todo mundo queria o Robinho entrando, e o cara esperou faltar 10 minutos pro jogo acabar. Até trocar um lateral por outro antes disso ele fez.

Fazer o quê? Quem manda é ele.

Mas não adianta ficar se lamentando porque deu errado. Não dava pra esperar outra coisa.


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E o Zidane desfilou em campo, sem nem suar.

Acho que todo mundo é fã dele mesmo, porque até os jogadores brasileiros pareciam gostar de assistir o cara jogando.

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Dois dos semi-finalistas em que apostei acabaram rodando antes da hora nos pênaltis, em jogos que poderiam ter ganho. E outro acabou eliminado na única partida em que mostrou algo parecido com futebol - mas a Ucrânia manteve uma velha tradição das Copas, a que fala dos times que acabam perdendo justamente a partida em que jogam melhor. O México já tinha sido assim.

Minha quarta aposta, a única que segue, era aquela que marquei como campeã.

E, se fosse agora, continuaria apostando na Itália. Com Alemanha no caminho e tudo.