31 agosto 2006

Jajá vai resolver?

Desânimo. É o que se via no time do Flamengo na metade final do jogo de hoje contra o Juventude, e é o que deu em quem torce pelo time também. Foi triste.

No primeiro tempo, o time ainda se aproveitou da atuação muito ruim do Juventude, que errava passes demais e chegava com pouca gente ao ataque. Com Sávio e Peralta abertos pelas pontas, o time até conseguiu criar espaços na defesa adversária. Mas faltava justamente gente na área com poder de definição. O gol até poderia ter saído, mas em chutes de fora da área (um deles seria um belo gol do Renato Augusto, talvez o que ele precisasse pra ganhar mais moral).

Começou o segundo tempo e o Juventude mostrou de cara que mudara de postura. Adiantou a marcação, aproveitando-se da baixa qualidade da saída de bola rubro-negra. E bastou 5 minutos de pressão pra criar umas duas ou três boas chances e, finalmente, fazer um gol em um escanteio. Daí pra frente, o time do Sul nem criou muita coisa não; bastou manter o ritmo na marcação pra neutralizar o Flamengo. Aliás, incrível como todas as divididas eram ganhas pelos jogadores do Juventude.

As mexidas do Ney Franco não deram resultado - e a saída do Sávio foi especialmente incompreensível, menos pela atuação dele e mais pela do Peralta, que jogou até o fim sendo notado apenas por uma entrada absurda num adversário. A verdade é que durante todo o segundo tempo o Flamengo foi um time entregue. E pode parecer incrível, mas o único que jogou realmente bem o tempo todo foi o Fernando.

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E o Fluminense agora perde até pra quem não ganha nunca.

O Flamengo já tá na zona do rebaixamento. Pois é bom o Fluminense abrir o olho. Num campeonato equilibrado como esse, uma sequência infinita de resultados ruins como essa do tricolor pode jogar qualquer time pra zona de perigo da classificação.

27 agosto 2006

É ou não é o campeonato japonês?

Já estamos na primeira rodada do segundo turno e tá complicado entender direito quem é quem nesse campeonato. São Paulo na liderança não é surpresa pra ninguém, e o Santos tem em seu técnico credencial para estar lá em cima, brigando pela ponta. Mas daí pra baixo...

Do Paraná não tenho muito o que falar. Não conhecia ninguém do time antes do campeoanato começar e continuo bastante ignorante. Mas Vasco e Grêmio, sinceramente... Me parecem em posições bem desproporcionais aos times que têm.

Mas hoje, contra o Inter, a vitória do Vasco foi bastante justa. O time perdeu a Copa do Brasil e, mesmo antes da Copa do Mundo, andou dando uma vacilada e perdendo pontos inesperados; mas já se recuperou e está em um ritmo surpreeendente.

É pena para os vascaínos que Moraes não esteja sendo dos mais produtivos e que Ramon não seja mais a sombra do jogador meia-boca que já foi um dia. Assim, resta à torcida sonhar com a entrada do Abedi (!) a cada jogo. Se o time tivesse um armador jogando razoavelmente, poderia estar ainda melhor.

Mas acho que já é hora das pessoas darem a mão à palmatória e começarem a reconhecer o Renato Gaúcho. Ele é retranqueiro, não tem muita cara de técnico e a verdade é que em boa parte do tempo você vai discordar das escalações e substituições dele - mas o fato é que ele conseguiu resultados bem razoáveis no Fluminense e agora vai conseguindo no Vasco, com um elenco pelo qual ninguém dá nada.

Claro que boa parte disso aí é justamente por causa do nivelamento medíocre do campeonato, mas o cara tem seus méritos.

24 agosto 2006

E qual a solução?

Ney Franco já disse que não quer falar mais da saída de Jônatas, isso é assunto do passado. É verdade.

Mas o problema que se criou no meio-campo rubro-negro é algo que está bem presente. Tanto hoje, contra o São Caetano, quanto no sábado, contra o Grêmio, o Flamengo mostrou que está faltando no time quem seja capaz de dar um passe vertical, seja pra dar qualidade à saída de bola, seja pra colocar um atacante na cara do gol.

Pra piorar, Léo Medeiros, novo titular do meio-campo, não resolve nem o problema da marcação. Os adversários vêm tendo espaço para avançar até a entrada da área, e está tudo estourando na zaga. Hoje, no primeiro tempo, até Renato Augusto foi mais visto marcando lá atrás do que Medeiros. Tá complicado: tem que resolver o problema tanto do meio pra trás quanto do meio pra frente. Não é nem aquela questão do cobertor curto; tá faltando nas duas pontas.

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A notícia de que Antônio Lopes é o novo técnico do Fluminense nos leva a fazer um balanço das atitudes da diretoria do clube durante esse campeonato. E aí fica a pergunta: como diabos o tricolor ainda está lá por perto da vaga pra Libertadores?

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Ouvi gente falando até de redenção do futebol carioca por causa da morte do Caixa d´Água.

O fato é que o campeonato carioca, hoje em dia, ocupa pouco tempo no calendário. E, bem ou mal, sempre lota o Maracanã e é transmitido para boa parte do país pela Globo. Como diabos a Federação pode ser tão culpada pelos maus resultados dos times grandes do Rio no Brasileiro? Isso é de um simplismo inacreditável.

Pra mim, na verdade, os times grandes até tinham do que reclamar. Mas eles têm como conseguir patrocinadores por conta própria e o calendário ocupado o ano inteiro com competições importantes e de visibildiade. Quem levava a pior mesmo eram os clubes pequenos, estes sim mais dependentes da Federação do estado e prejudicados pela total falta de planejamento para que pudessem se sustentar ao longo de todo o ano, e não apenas servir como vitrines para jogadores de empresário nos poucos meses de exposição na TV.

Mas se estes clubes eram prejudicados, talvez o mesmo não pudesse ser dito de seus dirigentes, o que pode ser a explicação pra toda essa longevidade da administração Caixa d´Água.

21 agosto 2006

Ironia?

Manchete do Globo agora: "Luto no futebol: Morre no Rio Eduardo Viana, presidente da Ferj".

Não sou de comemorar morte de ninguém, mas luto...