28 dezembro 2006

Ninguém tá prestando muita atenção, mas...

Me parece que o time que melhor se reforçou até agora foi o Fluminense.

A defesa deve ficar bem mais forte com a nova zaga Renato Silva - Luis Alberto, mais Fabinho na cabeça-de-área. E na frente, Cícero e Soares fizeram um bom campeonato brasileiro pelo Figueirense e eram disputados por muitos times. Sem falar na aposta em Alex Dias, que se for parecido com o jogador do Vasco (e até dos primeiros momentos no São Paulo), pode fazer diferença. Especialmente se considerarmos que há anos que os tricolores penam com o Tuta.

Acho que a prioridade nas contratações agora deveria ser bons laterais. Marcelo vai fazer falta e Junior César, sinceramente, não me convence.

22 dezembro 2006

Olê lê, olá lá, 2007 vem aí, o bicho vai pegar

Saiu o sorteio da Livertadores. Vai saber o que são a maioria dos times que estão ali. A gente fica achando que grupo X ou Y é mais ou menos forte basicamente por reconhecer ou não os nomes dos times. Tem o Nacional do Uruguai? É forte. Real Potosí? Fraco. E por aí vai.

Em princípio, os times brasileiros todos devem passar de fase. Menos pela configuração dos grupos e mais pelo fato de que, desta vez, nossos representantes são todos de primeira divisão. Mas não será nenhuma grande zebra se o Paraná cair ainda na fase classificatória, quando pega o Cobreloa. O tricolor curitibano está se desfazendo do time inteiro, perdeu até o técnico e, para formar o elenco, parece que vai levar uma barca cheia de terceiros reservas do Flamengo. E, fora isso, o Cobreloa eu reconheço o nome.

* * * *

Nilmar, parece, vai ficar no Corinthians.

Que, no papel, pode ser um bom time. E tem o Leão - que não é nenhum gênio, mas está sim entre os melhores técnicos do país.

A grande complicação está mesmo fora do campo. E nisso, até mesmo a manutenção do Nilmar, meio a contragosto e possivelmente gerando uma complicação judicial mais à frente, pode ser uma notícia ruim.

* * * *

Valdir Espinoza é o novo coordenador do futebol do Vasco. Se explica por ser velho conhecido de Renato Gaúcho, que anda com moral alta.

Nos últimos anos, os resultados do Espinoza como técnico têm sido muito ruins. Mas o trabalho de coordenador é bem diferente.

Aliás, o que é o trabalho do coordenador mesmo?

18 dezembro 2006

Depois vão reclamar quando chamarem de bambis

É bom lembrar que:

- Por mais que o Inter tenha se preparado para este momento, trata-se de um time em fim de temporada. E uma temporada em que jogaram Libertadores até o final e chegaram em segundo lugar no Brasileiro. Tratava-se de um time desgastado. Já o Barcelona está na metade da temporada, no auge da forma física.

- O Inter teve que, em poucos meses, se recuperar da perda de Rafael Sóbis, Tinga, Jorge Wágner e Bolívar, quatro titulares importantes (principalmente os três primeiros, junto com Fernandão eram os mais importantes do time). Não é mole não.

- E o Barça realmente queria ganhar. A reação do Ronaldinho ao fim do jogo não deixa dúvidas. E dêem uma passeada pelo noticiário de lá. Pode não ser uma hecatombe, mas há coisas como uma coluna inteira do Cruyff reclamando do calendário para justificar a derrota (vá lá, dizendo também que na América do Sul se dá mais valor à competição) ou o Raul, do Real Madrid, dizendo que o Barça "perdeu uma oportunidade única". Vejam a capa do El Mundo Deportivo de agora - o diretor Juan Laporta defendendo que a temporada foi memorável mesmo com a derrota, o Rijkaard dizendo que a perda foi um duro golpe... Eles não foram ao Japão fazer turismo.

* * * *


Será que não teríamos como internacionalizar a marca do campeonato brasileiro?

É claro que não vamos competir por mercado na Europa com os europeus, mas será que latinos, asiáticos e africanos não poderiam começar a se interessar mais pelo nosso campeonato - o do país pentacampeão do Mundo, de onde saíram os dois últimos clubes campeões do Mundo - se ele fosse melhor vendido?

15 dezembro 2006

E eles ligam pro Mundial?

Volta e meia alguém diz que, na Europa, eles não ligam pro título mundial de clubes. Claro que, normalmente, esse alguém é um espírito de porco querendo desmerecer o título de um rival de seu time. Mas afinal, eles ligam ou não ligam?

A se julgar pelo site oficial do Barcelona, ligam sim. No alto da home há um grande banner para a competição, que ganhou uma área especial dentro do site. O sorteio das chaves da Liga dos Campeões da Europa, na qual o Barça enfrenta o Liverpool, aparece com bem menos destaque.

O jornal mais lido da espanha, o 20 minutos (que é gratuito e licensiado via Creative Commons!), saiu com uma foto gigantesca de Ronaldinho na capa de sua edição de Barcelona. Na de Madri, a foto do craque gaúcho já é pequenina, no alto da página, com a manchete "Samba del Barça en Japón" - a grande notícia dessa edição é um veredito sobre a morte de Lady Di, eu hein.

E é claro que o jogo foi grande assunto nos esportivos de lá. O Mundo Deportivo e o Sport, ambos de Barcelona, deram praticamente a capa toda para a exibição de Ronaldinho e companhia. Já nos de Madri, o Marca e o As, a goleada sobre o América do México não foi a principal manchete (preferiram notícias sobre o Real), mas ainda assim apareceu com bom destaque em suas capas.

Na verdade, não precisava nem falar de tudo isso - era só ver a capa do Mundo Deportivo de ontem, com as declarações de Ronaldinho de que "não dorme nem tomando pílula" há dois dias e que eles estão no Japão "pra fazer história".

14 dezembro 2006

Acabou agora Barcelona x América do México

Sinistro, muito sinistro.

O primeiro tempo eu não vi. Mas no segundo, mesmo já ganhando de 2x0, o Barcelona ficou no campo de ataque o tempo inteiro. O adversário mal pegou na bola. Saíram 2 gols, podiam ter saído uns 4 ou 5 pelo menos. Sendo que um dos que não saíram, no último lance do Ronaldinho, foi um pecado. Seria um golaço-aço-aço.

(Vejo agora o primeiro gol. Ronaldinho deu um toque de calcanhar sensacional no meio da jogada. O cara tá sinistro.)

O Barcelona é um time diferente mesmo. Joga num esquema que ninguém joga, vai pra frente sem medo, e dá certo, jogando seja contra quem for. É bom que exista um time assim. Mostra que há opção, que tem jeito de fazer diferente e ganhar.

Eu não esperava esse atropelamento todo que aconteceu hoje não. Foi uma verdadeira exibição - tá certo que contra um time também que não teve a menor reação, pareciam catatônicos em campo.

O Inter tem mais é que se preocupar, e muito, com o jogo de domingo.

13 dezembro 2006

A zebra só ameaçou

Vi o jogo meio por alto, mas parece que, assim como o São Paulo com o Al Itihad ano passado, o Inter passou um perrengue pra ganhar do Al Ahli na sua primeira partida pelo Mundial Interclubes. Peguei mais do segundo tempo, em que o jogo seguia equilibrado e sem grandes chances pra nenhum dos dois times até o gol egípcio. O Inter jogava mal o tempo todo e, nessa hora, o time pareceu ter ficado ainda mais nervoso. A coisa parecia que tava perigando até sair o desempate num escanteio - e aí, magicamente, o Inter relaxou, passou a mandar totalmente no jogo e não deu mais chances ao adversário.

Foi um resultado magro, mas o importante era mesmo ganhar e ter a chance de enfrentar o Barcelona no jogo pra valer.

Se bem que acho que a chance do América do México aprontar uma surpresa não é tão pequena assim.


* * * *

Juninho Paulista no Flamengo.

Não sei quanto tá custando de salário. Se não for um grande investimento, não deixa de ser uma tentativa boa de dar experiência a um elenco recheado de jovens. Mas, no duro, com a bola que vem jogando nos últimos tempos, e ainda por cima sempre às voltas com contusões, Juninho não pode achar que tem vaga garantida no time. Aliás, muito pelo contrário. Me parece que pode acabar se tornando uma opção no banco de reservas para mudar o andamento das partidas.

* * * *

E o Fluminense contratou Renato Silva, que estava sendo pretendido pelo Santos. Boa contratação. 2006 não foi um bom ano pra ele no Flamengo, mas no ano anterior ele havia mostrado do que é capaz e do meio pro fim desta última temporada já veio melhorando bastante. Sem um Fernando do lado, pode ser melhor ainda.

08 dezembro 2006

Sem querer querendo?

Eu não vi em vídeo, só uma foto do último gol de falta do Ronaldinho Gaúcho. E li a descrição do lance - a barreira pulou e ele tocou por baixo dela, pegando todos de surpresa. Ficou a discussão: foi de propósito ou não? O PVC levantou a dúvida, mas disse que acreditava ter sido premeditado. Ronaldinho diz que quis mesmo fazer aquilo e tinha até avisado o Deco antes. Quem aí viu o lance, o que achou?

De qualquer forma, não é a primeira vez que ele faz um gol de falta ao mesmo tempo bonito mas com cara de acaso. É só lembrar do Brasil x Inglaterra da Copa de 2002. Ele quis mesmo encobrir o goleiro e pegá-lo de surpresa, ou foi um cruzamento que deu errado-certo? Como desta vez, o Ronaldinho na época disse que não foi sem querer. E, se não me engano, até colocou o Cafu como testemunha de que o lance tinha sido falado antes, assim como fez com o Deco agora.

Aquele, eu até hoje acho que foi por acidente.


* * * *

Não dá pra saber se a contratação do Branco como diretor de futebol vai ser uma boa ou não pro Fluminense. Afinal, é a primeira vez que ele vai fazer essa função, nem técnico foi e, até onde eu sei, não tem nenhuma formação específica de administração ou algo assim.

De qualquer forma, pro clube é bom dar uma cara a quem manda no futebol, já que um dos problemas desse ano foi justamente a disputa de interesses entre grupos diferentes, o que fez com que cada hora se remasse para um lado. Ainda mais que esta cara é conhecida e identificada com o tricolor.

Pra ir para as Laranjeiras, Branco largou seu cargo na direção das categorias de base da CBF. Este trabalho anterior pode ser uma experiência útil na hora de fazer contratações - imagina-se que ele tenha um bom conhecimento dos jovens valores que andam espalhados pelo país.

06 dezembro 2006

De novo o Tostão

"Além do Rogério Ceni, a grande diferença do São Paulo para as outras equipes no Campeonato Brasileiro foram os volantes Mineiro e Josué. "

Esse é o comentário dele na coluna de hoje.

Primeiro, eu discordo quanto ao Rogério Ceni. É um bom goleiro, mas não o bastante pra aparecer como "grande diferença" do São Paulo para as outras equipes e justificar o título, 9 pontos na frente, com melhor defesa e melhor ataque.

Rogério foi eleito o melhor jogador do campeonato pelo que representa para o time campeão - e ele representa tanto menos pelo que efetivamente agarra e mais pela longevidade no time, pela liderança, pela pessoa articulada que é. Goleiro por goleiro, outros tantos são tão bons ou melhores que ele no campeonato.

Em campo, pra valer, ele foi mais "grande diferença" pelos gols de falta. E nisso ele é mesmo dos melhores do país. Mas outros times tiveram jogadores que decidiram muitos jogos dessa maneira - como o Renato no Flamengo ou o Andrade no Vasco. Não foi este o grande diferencial do campeão.

E aí é a hora de concordar com o Tostão ao falar da dupla de volantes. Mas comentar como o Mineiro e o Josué são importantes para o São Paulo já é até lugar comum mesmo. O negócio é os outros times prestarem atenção nisso: ter cabeças-de-área que só marcam é aposta na mediocridade; o contrário faz sim diferença e pode até ser decisivo para levar um time ao título.

Ano passado, o Corinthians foi campeão muito em função de seus atacantes. Eram eles que faziam a diferença (claro, fora os juízes e tribunais). O Santos, antes, também foi bastante dependente de seu ataque, com Robinho. Já o Cruzeiro campeão teve seu diferencial no criador do meio-campo, Alex.

Esse ano, o São Paulo não teve grandes destaques nem na armação, nem no ataque. Não é que os jogadores dessas posições tenham ido mal, mas ninguém realmente acredita que se estivessem em outro time seriam capazes de transformá-lo em campeão sozinhos. O título veio pelo conjunto, e os volantes foram talvez as peças mais importantes nele.

E os dois gaúchos, que vieram logo atrás do São Paulo, também tiveram como grandes destaques volantes que apareceram como acima da média com a bola nos pés, Tinga e Lucas. Pode ser sinal da mediocridade dos atacantes e meias, mas os clubes que prestarem atenção nisso na hora de montar seus times para 2007 podem se dar melhor.

05 dezembro 2006

Obina watch

"Será que Obina é ainda melhor do que era Romário?"

Tostão, em sua coluna de domingo (online só pra assinantes Uol ou da Folha), após dizer que Romário é um Eto´o muito melhorado. Reparem que o melhor colunista do Brasil nem colocou em dúvida a superioridade obinense sobre o camaronês. Tostão é mais um a se render!

* * * *

Na mesma coluna, Tostão fala da estréia de Alexandre Pato, na vitória do Inter sobre o Palmeiras na penúltima rodada do Brasileiro. Ele levanta dúvidas sobre a explicação de que Pato não vinha jogando antes porque o Inter esperou fechar um longo contrato com o garoto antes de mostrá-lo ao mundo (e aos empresários).

Já eu acredito que deve ter sido por aí mesmo, pelo histórico de Abel. No Fluminense, ele usava a mesma justificativa para não escalar o Toró: ia lançá-lo como titular, ele ia estourar e depois, sem contrato com o tricolor, iria embora deixando o clube de mãos abanando.

Abel parece ter uma boa visão sobre a maneira de lidar com os jovens nesse mundo do futebol de hoje.

Talvez não tenha uma boa visão sobre o que é um jovem craque prestes a estourar, levando em consideração o que o Toró vem apresentando no Flamengo.

Mas a estréia do Pato - julgando só pelos melhores momentos, já que não vi o jogo - foi mesmo impressionante. Fica a curiosidade de vê-lo em campo no Mundial.

04 dezembro 2006

Só o Vasco mesmo

E deu Paraná, com dois 0x0 na última rodada.

O jogo do Paraná eu não vi. Sei que foi contra os reservas do São Paulo, que ainda jogaram muito tempo com um a menos na casa do adversário. E nem assim o Paraná ganhou. Deve ter pesado o momento.

Assim como pesou para o Leandro Amaral, aos 46 do segundo tempo, ele e o goleiro. E o homem-gol, o homem-solução do ataque do Vasco, chutou no travessão a vaga para a Libertadores. E alguém no rebote, não sei nem quem foi, mandou-a pra arquibancada, pra deixar claro que não ia dar mesmo. Corta a imagem, o Renato Gaúcho debruçado sobre o banco de reservas, inconsolável e não acreditando no que via. Me lembrou uma cena do Zico na Copa do Mundo, depois de um gol perdido pelo Japão ainda mais inacreditável do que aquele.

A bem da verdade, o Vasco não foi bem. Renato foi mal, entregou o meio-campo pro adversário no segundo tempo e assim o time criou bem menos do que precisava. E olha que não estava complicado entrar na defesa do Figueirense, mas o Vasco, quando conseguia atacar, insistia a maior parte do tempo pelo meio e acabava errando o último passe. O Cássio acabou sendo o destaque do time, o que dá a mostra de que algo estava errado. Isso até o finzinho do jogo, quando até conseguiu algumas oportunidades seguidas, a maioria através do Madson.

Enfim, não dá pra resistir: o Vasco consegue ser vice até chegando em sexto. É impressionante!


* * * *


Hoje tem eleição no Flamengo. Márcio Braga deve ganhar. Nenhum dos outros candidatos apareceu com idéias que empolguem seja quem for. Um deles chegou a dizer que é contra os profissionais usarem o CT de Vargem Grande; quer que o time treine na Gávea... e no Maracanã! É demais.

E assim devem anunciar amanhã os reforços para o ano que vem, como prometeu Kléber Leite. De tudo o que se falou até agora, a grande notícia é mesmo a saída do Fernando.

Mas, para o lugar dele, fala-se que vem aí Henrique. Que já era horroroso no Flamengo há anos atrás e acabou de ser indicado como um dos piores do ano no campeonato francês. Aí é complicado.