31 maio 2006

A Pátria de chuteiras: Os cabeças-de-área

"Deus está nas coincidências", já dizia Odorico Quintela em Engraçadinha - e meu amigo Léo Mahfuz.

Calhou do dia em que eu escreveria sobre os cabeças-de-área da seleção coincidir exatamente com o corte de um deles. No caso, o Edmílson, primeiro reserva para a posição. E havia quem apostasse que, em algum momento durante a Copa, Parreira desfaria o seu quadrado mágico para lançá-lo entre os titulares.

Vou ser sincero: não tenho muita opinião formada sobre Edmílson. Parece bom, mas nada demais, e até desconfio que gosto mais do Mineiro do que dele. Acho que é supervalorizado, mas é achômetro mesmo. Enfim, não acredito que faça muita falta - na verdade, só de afastar o risco do Parreira trocar um atacante por um volante, talvez já tenha valido a pena ele não ir à Copa. Sem ele, imagino que a primeira opção do técnico se resolver desistir do esquema "super ofensivo" será o retorno de Juninho Pernambucano ao time.

Nosso técnico acredita que joga com dois cabeças-de-área, Emerson e Zé Roberto. Parece claro que Zé Roberto não é cabeça-de-área. Não joga assim em seu time na Alemanha (a bem da verdade, ele por lá joga mais adiantado do que o Juninho na França, e Parreira nem imagina colocar o pernambucano jogando mais atrás) e mesmo na seleção ele se solta mais do que seu companheiro de proteção à zaga. Mas como Parreira o vê assim, torçamos para que ele não se machuque - ou teremos dois volantes de verdade parados ali na frente da defesa. Como eu disse, é muito difícil que o Juninho entre ali, a não ser que seja em uma situação durante o jogo em que o time esteja perdendo. Apesar de ser a minha escolha preferida inclusive para começar a Copa.

Do Emerson eu realmente não sou fã. Acho que marca sempre fazendo faltas e com certeza nós enfrentaremos diversos times com bons cobradores. Taí uma fonte possível para uma derrota: uma falta de Emerson na entrada da área brasileira. Na Copa passada, Deus ajudou e fez Felipão precisar lançar Gilberto Silva, na época no Atlético-MG. Eu já gostava dele naquela época e hoje, em que se tornou titular do Arsenal e atravessa boa fase, o vejo fácil fácil ocupando esta vaga.

E quanto ao Mineiro?

Bem, o Mineiro vem jogando bem no São Paulo mesmo, há algum tempo já. Corre muito, marca bem e ainda serve de elemento surpresa no ataque. Pelo momento que vive, não deixa de ser merecida a convocação. Mas, se o critério é momento, a ausência do Júnior é inexplicável. E se fosse pra manter o padrão de convocar quem já vinha sendo chamado e testado, faria muito mais sentido levar o Renato ou o Júlio Baptista. Não que eu preferisse qualquer um dos dois; seria apenas uma questão de coerência, que afinal de contas é o que a imprensa mais elogiou em nosso técnico na sua lista.

Mas na verdade ninguém vai perturbar muito o Parreira com isso pelo simples fato de que a imprensa paulista adora o Mineiro. No duro, no duro, o critério da escolha deve ter sido esse: "quem eu vou chamar que os jornalistas vão gostar mais e me encher menos o saco?" Ele não vai jogar mesmo, não faz muita diferença.

* * * *

Vocês têm alguma dúvida de que a entrada do Adriano no Edmílson durante o treino ajudou a criar esse primeiro desfalque na Seleção?

29 maio 2006

A Pátria de chuteiras: Os laterais esquerdos

Seleção brasileira tem umas coisas engraçadas.

Roberto Carlos é o titular absoluto de nossa lateral esquerda tem aí quase 10 anos já. Né? Por aí.

O revezamento tem sido na sua reserva. E, por um longo tempo, o ocupante cativo desta vaga foi o Júnior. O próprio Parreira convocou muito o Júnior, até 2004. Nesta época, ele estava na Europa - mais precisamente no Siena, da Itália. Ninguém sabia muito bem como ele estava, mas por falta de idéia melhor ele era sempre o escolhido. Tem um monte de jogadores que conseguiram ser convocados muitas e muitas vezes assim, por inércia - ninguém tinha criatividade pra pensar em alguém melhor e em toda convocação, pimba!, lá estava o Flávio Conceição. Ou o Júnior. Sem que ninguém estivesse vendo eles jogarem.

Pois no segundo semestre daquele ano, Júnior se transferiu para o São Paulo. Acho que desde então, quando todo mundo passou a poder ver toda semana como ele joga, não foi mais convocado. E olha que ele vem jogando bem, ao menos nos últimos tempos.

Talvez ele seja a ausência mais sentida nesta convocação de poucas ausências sentidas. Roberto Carlos, como eu disse, é titular absoluto - mas não é mais nenhuma unanimidade. Muito pelo contrário. Muita gente preferia que ele não jogasse. Tem quem defenda a improvisação (a essa altura seria isso) do Zé Roberto em seu lugar. E tem quem gostaria de ver Júnior ali. Acho que entro nesse caso aí, apesar de nunca ter sido grande fã do Júnior, pra ser sincero. Mas ele tem jogado bem mesmo e já esteve muito na seleção, até em Copa. Não seria nenhuma experiência extravagante, uma aposta em um estreante, nada disso.

Porém, nem pro banco ele foi chamado. Em seu lugar foi Gilberto - um que passou a ser convocado com muito mais frequência desde que, justamente, foi pra Europa e a gente parou de vê-lo toda semana. Pois é. Nunca achei ele ruim, mas também é complicado imaginá-lo com a camisa da Seleção numa Copa do Mundo. Se o Roberto Carlos por acaso se machucasse e eu tivesse que decidir pelo Parreira quem colocar em seu lugar, tendo à disposição quem ele tem à disposição, ia acabar colocando o Zé Roberto.

Vamos ver como Roberto Carlos se sai na Copa, quando as coisas são pra valer. Em amistosos e jogos de eliminatórias, há muito tempo ele irrita pelo visível desinteresse. E, fora isso, ninguém mais vê nele esse jogador todo. Seu forte, a bem da verdade, sempre foi muito mais o físico do que a técnica. E o tempo passa, o tempo voa...

* * * *

O Fluminense é líder isolado.

Mas quem vê o Fluminense jogar não pode estar enxergando nele um futebol de líder isolado. Não é um time ruim, mas também não é pra tanto.

Vamos combinar que pelo menos 9 dos 19 pontos que tem foram conseguidos jogando pior e sendo ajudado por uma sorte absurda ou por erros ainda mais absurdos da arbitragem. Como aconteceu no Fla-Flu de ontem.

Mas claro que sempre ajuda enfrentar um adversário que termina o jogo, perdendo e com um a mais, jogando sem nenhum atacante em campo.

26 maio 2006

A Pátria de chuteiras: Os zagueiros

Lá vamos nós pra segunda Copa seguida com Lúcio como titular da zaga da seleção.

E olha que foi por pouco que não houve a reedição da dupla com Roque Júnior. Ia ser demais. Quem lesse as escalações da seleção nessas Copas daqui a 50 anos iria imaginar que foram dois cracaços. "Absolutos em duas Copas seguidas!".

(Se bem que isso já está acontecendo com o Cafu, e nem precisou esperar 50 anos...)

Futebol é um jogo que se decide no detalhe. Muito mais do que a maioria dos outros esportes. Um azar ou um só erro de um jogador ou de um juiz pode custar uma partida. E, nesse caso, uma Copa do Mundo. Por isso, eu sou sempre a favor de minimizar ao máximo os riscos mantendo longe do campo aqueles jogadores com grande potencial pra fazer uma besteira a qualquer momento. Assim sendo, Lúcio jamais - nunca, em tempo algum - entraria em campo comigo como técnico da seleção.

(Volta e meia comentaristas falam esse tipo de coisa e aí completam: "mas ainda bem que eu não sou o técnico". Eu não falo isso não. Nem sou comentarista, e o Parreira ganha trocentas vezes mais do que eu.)

Dos convocados, Juan e Luisão são tranquilos - daqueles que você não está acostumado a ver darem grandes furadas, cometerem faltas tresloucadas nem nada. Sendo que o Juan tem qualidade na saída de bola acima de seus concorrentes.

Muitos falam da injustiça de Alex, ex-Santos, nem ter sido testado. Eu não estou vendo ele no PSV, mas aqui eu gostava bastante dele. E, se era pra convocar o Cris, seria mais fácil pra mim levar o Caçapa - mas esse nem é cogitado por ter se destacado aqui por pouco tempo, por se chamar Caçapa e ser um verdadeiro armário; todo mundo pensa nele como uma espécie de Odvan. Mas eu o achava, aqui, muito melhor que o Cris (que também não bate lá muito bem e seria um perigo se entrasse em campo). E os dois são titulares do mesmo time.


Talvez, no lugar do Parreira, eu levasse apenas um zagueiro mesmo pra reserva, e contasse com o Edmílson para alguma eventualidade. Há sentido em não usá-lo fora de sua posição atual (apesar dele não ligar pra isso no caso de outros convocados...), mas considerando que não temos uma safra de grandes zagueiros...

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Vi uma boa parte de Corinthians x Inter, na tal "revanche" de Tinga depois do lance bizarro que custou ao Colorado o título do ano passado. Tenho certeza de que o Tinga ou qualquer torcedor do Inter trocariam essa vitória de ontem pela de 2005 sem pestanejar. Mas enfim...

De novo, o Inter mostrou que sabe manter a posse de bola, mas tem dificuldade em ser objetivo. Foi bem melhor que o Corinthians em 90% do tempo, mas chegou a passar um perrengue desnecessário por não ter ampliado o marcador. De qualquer forma, é um time que só perdeu 2 jogos esse ano. Como diz Laércio Porto, com este desempenho, este técnico e sua história recente, o Inter tem tudo pra ser vice.

Gostei muito também da marcação gaúcha. Souberam adiantar seus jogadores e manter o adversário longe de sua área. Além de tomar muitas bolas sem falta.

O Corinthians era uma zona. Muita correria, Roger muito mal, nada de muito aproveitável. Acredite: os melhores momentos foram graças a Marcelinho Carioca. Pra você ver.

25 maio 2006

A pátria de chuteiras: Os laterais direitos

A Globo.com está fazendo enquetes em sequência para escolher a "seleção dos sonhos" dos internautas. Em cada posição, escolhem três jogadores para serem votados, e assim vão montando o time.

(Aliás: deu zebra na eleição porque o Zico ganhou do Pelé, o que obviamente se explica pelo tamanho da torcida do Flamengo. Aí eles inventaram que "a 10 e a 7 já têm dono" e tiraram o Rei e o Mané da disputa, colocando-os como hors concours.)
Pois para a lateral direita, o portal colocou como opções Djalma Santos, Carlos Alberto Torres e... Cafu.
Alguém imaginaria que Cafu teria a moral que tem hoje quando Falcão começou a convocá-lo para a seleção, após a Copa de 90, debaixo de uma chuva de críticas?
Pois ele tem. É o único a disputar três finais de Copa do Mundo seguidas.

Isso só mostra como o Brasil parou de fabricar laterais direitos de alto nível desde Jorginho - titular na Copa de 94, coisa que as pessoas parece que se esquecem, e que era muito, mas muuuuito mais jogador do que nosso atual capitão.

Cafu sempre se destacou apenas pelo preparo físico e disposição, sejamos sinceros. E reinou tanto tempo na seleção por falta de opção, ou de criatividade dos técnicos. Apesar de muitos criticarem sua escalação por ser velho, pra mim ele nem parece demonstrar muito cansaço não; continua jogando o que sempre jogou.

E, de novo por mim, seria reserva do Cicinho.
Mas acho que, hoje, eu acabaria também convocando o Cafu. Quem poderia ir no seu lugar? Não dá pra pensar em ninguém mesmo. E ele tem experiência, não ia amarelar se tivesse que entrar, além de poder passar algo de útil pra quem for novato por lá. E de, hoje em dia, contar com a simpatia de todo mundo.

Se você tem um filho nas categorias de base de algum time por aí, o convença a ser lateral direito. Eles tão em falta.

24 maio 2006

A pátria de chuteiras: Os goleiros

Começando a falar, como prometido, de nossa seleção, vamos iniciar pelo princípio. E devo dizer que já começamos mal: está no gol uma das fraquezas do time que podem nos custar a Copa do Mundo.
Eu diria que Dida, nosso goleiro titular, é o pior dos três convocados por Parreira. Embaixo das traves é muito bom, graças à altura e ao ótimo reflexo. Porém, tem defeitos graves: não sai do gol de jeito nenhum e, quando sai, é um desastre; e, além disso, é um perigo sempre que tem que jogar com os pés. Já entregou alguns jogos de seleção, inclusive um trágico contra o Japão em uma Olimpíada em que decidiu lutar judô com Aldair no meio da área. Acho um perigo colocar alguém com o potencial de entrega que ele tem como titular em uma Copa do Mundo. Pode colocar tudo a perder.
Rogério Ceni é melhor que o Dida, apesar de ser um goleiro, no máximo, "bonzinho". E com muitas e longas fases de insegurança. Mas ele anda jogando bem mesmo, não foi só o lobby paulista, as cobranças de falta e a boa articulação nas entrevistas que lhe garantiram a vaga.
Mas o meu escolhido seria o Júlio César. O cara tem físico, reflexos, sabe sair do gol, tem boa saída de bola, sabe jogar com os pés. Já mostrou que pode ir bem na seleção quando teve sua chance na Copa América. E tem um diferencial: naquelas bolas em que o atacante entra cara a cara com a bola dominada, é o melhor de todos. Sabe sair, fechar o ângulo, esperar o adversário definir a jogada e aí sim ir na bola. Assim ele evita muitos gols que outros goleiros tomam sem que ninguém ache ruim.
Um que chegou a ser considerado para a Copa e muitos achavam que tinha chance até o final era o Gomes. Acho ele fraquinho, fraquinho. Muito inseguro, solta bola demais e nunca me convenceu nem no Cruzeiro nem na seleção pré-olímpica. Volta e meia vejo algum frango dele lá pela Holanda. Não sei bem por que gostam dele.
Acho que um injustiçado por Parreira de quem ninguém fala é o Hélton, o goleiro brasileiro que vi sair melhor do gol pelo alto até hoje. Ele se destacava por aqui quando jogava no Vasco, mas acabou sumindo para a imprensa brasileira ao ir para um time de pouca expressão em Portugal. Só que impressionou por lá e hoje já é titular do Porto, deixando o ídolo português Vítor Bahia (que, ok, é horroroso - mas tem moral por lá) no banco. Não estou vendo ele jogar, mas é alguém que eu observaria e muito provavelmente levaria para a Alemanha.

* * * *

Vejam vocês como tudo depende do ponto de vista.
Tostão, "Tudo quase perfeito", na Folha se S. Paulo: "Não há um grande problema médico com os jogadores. Carlos Alberto Parreira é elogiado por tudo que faz. Parece tudo perfeito, como um relógio suíço. Está bom demais para ser verdade. (...) Não estou preocupado com o favoritismo do Brasil. (...) O Brasil já tem um grande time antes da competição".
Por outro lado, Guilherme Fiúza , "Adeus hexa", no NoMínimo: "A seleção que vai à Copa está pessimamente escalada. Os laterais Cafu e Roberto Carlos não correm mais atrás de ninguém, e no meio-campo há um único jogador de marcação, o igualmente ancião Emerson. Os dois zagueiros devem estar em pânico. Dali para frente, só malabaristas. E não será sequer um time forte na armação de jogadas, porque o tal quadrado mágico – Ronaldinho, Kaká, Ronaldo e Adriano – é todo de atacantes corredores, com pouquíssimo expediente no departamento de planejamento e articulação do jogo. Um time visivelmente desequilibrado e vulnerável. Mas quem vai querer desafinar o oba-oba?"
Publicados no mesmo dia.

23 maio 2006

Não seremos campeões

Acontece de quatro em quatro anos e movimenta grande parte dos milhões de amantes do futebol ao redor do Mundo. E estamos chegando nessa época tão especial: a de preencher os bolões da Copa do Mundo. Por enquanto, entrei em apenas um - e devo participar também do que o Balípodo está promovendo para comemorar o aniversário do site, que dá uma sensacional camisa do Allianza do Panamá como prêmio.

Mas então: já tenho em mãos o gabarito da tabela da Copa do Mundo, com todos os resultados. E devo dizer que, infelizmente, o hexa terá que ficar para a Copa da África do Sul, em 2010.
Mas como é possível isso? Com uma seleção tão superior como a nossa, como será possível voltar da Alemanha sem a taça?

Bem, Copa do Mundo tem dessas coisas. E a queda do escrete canarinho se dará exatamente por um desses eventos típicos da maior competição de futebol do planeta - aquelas coisas que acontecem em toda edição, mas em que ninguém aposta antes e nem tem muito como dizer exatamente em que momento acontecerá. A não ser, é claro, que tenha o gabarito em mãos - como eu.
Mas o fracasso da pátria de chuteiras não terá apenas explicações tão intangíveis assim. Nosso time tem sim suas fraquezas que podem muito bem nos custar um jogo - e um jogo pode muito bem nos custar uma Copa. Já falei disso no post sobre a convocação de Parreira, mas resolvi que vou gastar um tempinho até a Copa do Mundo falando de nosso time, a cada posição. Então, logo começarei a falar dos goleiros, depois os laterais-direitos e por aí vai.
E no final, antes da parada toda começar, eu solto aqui o gabarito. Por enquanto, preencham seus bolões sozinhos.

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Sobre troca-troca de técnicos.

O Palmeiras arrumou o Tite. Eu tendo a gostar dele, apesar da fala difícil que normalmente não é bom sinal. Normalmente arruma bem as defesas de seus times, e parece que isso era o que o Palmeiras precisaria de primeira. Então, pode ser uma.

O Corinthians foi de Geninho. É um técnico que sabe trabalhar, seus times normalmente são arrumados e com padrão de jogo. Mas me parece meio medroso em momentos decisivos - como mostrou com o Corinthians mesmo em sua outra passagem e agora no Goiás, duas vezes na Libertadores. Então, sei lá. Talvez não seja muito o perfil pra um time mega-ambicioso como este.

O Botafogo contratou o Cuca. Seus times normalmente são marcadores e aguerridos, e ele gosta de botar todo mundo pra treinar muito. É meio isso que o Botafogo precisa mesmo. O time passa uma preguiça inacreditável pra quem o assiste jogar.

E o Flamengo foi o mais surpreendente, ao demitir Waldemar Lemos sem motivo aparente. Quer dizer, sem motivo aparente pra quem olha só números e resulados sem pensar muito. Quem assiste os jogos e conhece minimamente o elenco sabe que a coisa não estava bem. O time era mal escalado e parecia mal treinado mesmo. Para quê esperar uma sequência de derrotas pra mudar de rumo? E o momento agora era perfeito, após a interrupção da Copa do Brasil e às vésperas da pausa para a Copa do Mundo, quando o novo técnico terá tempo para trabalhar e implantar suas idéias. Pareceu uma loucura de primeira, mas acho que a diretoria do Flamengo - ora vejam vocês - dessa vez acertou.

21 maio 2006

Não tive tempo antes

Mas digo agora que estive no Maracanã para ver a hora extra de São Judas Tadeu. O santo das causas impossíveis viu a quantidade de gente que estava não só no estádio como espalhada pelo Brasil rezando na frente da TV, ficou com pena e deu uma ajuda ao Flamengo para conseguir eliminar o Ipatinga e chegar à final da Copa do Brasil. O time sofreu um enorme sufoco, mal passou do meio-campo durante boa parte do tempo (inclusive enquanto sua torcida cantava, pulava e fazia olas sem parar), não teve contra-ataque para ameaçar ou toque de bola para gastar o tempo e contou com a sorte e com uma noite inspirada do goleiro Diego para vencer.

Ficou a impressão de que a grande pausa antes da decisão pode ser boa pro rubro-negro. Vai dar tempo de recuperar Luisão, quem sabe Ramirez (ou Sávio? O regulamento deixa?) e treinar direitinho. Porque se jogar como jogou diante da equipe mineira, vai ser complicado bater o Vasco.

17 maio 2006

A Renato Gaúcho, as batatas

O primeiro tempo deste segundo Vasco x Fluminense foi muito bom. Precisando da vitória, o Fluminense foi pra cima com vontade e criou suas chances de gol - mas não aproveitou. O Vasco, podendo empatar, jogou como se esperava encolhido e buscando os contra-ataques. E nisso se mostrou competente, também criando suas oportunidades. Era impressionante como o time, quando retomava a bola, sabia quem buscar e onde para sair em velocidade, às vezes até com ligação direta do goleiro. E acabou conseguindo seu gol em uma dessas saídas em velocidade, esta em especial muito bonita, com a bola de pé em pé.

Início de segundo tempo, menos de um minuto e o juiz dá um pênalti inexistente e o empate ao Fluminense. O Vasco pareceu sentir, não conseguia mais encaixar os contra-ataques e a pressão tricolor foi enorme. Mas o time sofreu com uma noite pouco inspirada daqueles que deveriam a inteligência da equipe. Petkovic esteve apagado o tempo inteiro, aparecendo apenas em cobranças de escanteio; e Oswaldo Oliveira resolveu que o jeito de buscar os gols que precisava era atochar o time de atacantes. Solução infantil, que não combina com sua fama de equilibrado e sim com um Carlos Alberto Torres da vida.

O resultado é que o Fluminense pouco criou de concreto. O jogo caiu de qualidade, mas ganhou em tensão. E o Vasco teve um pênalti indiscutível não marcado a seu favor, desperdiçou outro (que eu tenho minhas dúvidas) e ainda colocou uma bola inacreditável na trave no último lance da partida.

Como eu dizia, era difícil que o Vasco deixasse a classificação escapar. Trata-se de uma equipe com uma raça impressionante e onde se vê claramente o dedo do seu técnico. Sejamos justos: Renato Gaúcho deu um jeito na defesa, que antes era motivo de pânico de seus torcedores, e soube treinar o time para sair rápido nos contra-ataques. Merece boa parte do crédito pela inédita passagem à final da Copa do Brasil.


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De tarde, acompanhei razoavelmente a final da Copa dos Campeões da Europa. Nem Ronaldinho nem seu Barcelona jogaram bem, em nenhum momento. Tiveram muito a bola, mas criaram pouco. Já o Arsenal teve como destaque Henry, que jogando inacreditavelmente sozinho no ataque (especialmente a partir da expulsão do seu goleiro), conseguia incomodar e muito os adversários.

Os ingleses, a bem da verdade, criaram mais nos contra-ataques e podiam ter matado o jogo. Mas não mataram. E, sem a bola, marcavam atrás demais, deixando o Barcelona rondar sua área o tempo inteiro. Era risco demais; por melhor que se esteja marcando (e nem estavam, eram raras as roubadas de bola; o Arsenal só a recuperava quando o Barcelona errava um passe ou chutava pra fora) uma hora se dá um azar ou uma bobeira qualquer e a bola entra. Deram uma, Eto´o empatou o jogo; logo depois deram outra, e o improvável Belletti garantiu o título.

Como disse meu amigo Rafael, ainda bem que a convocação da Seleção foi antes dessa partida, ou perigava o Belletti garantir sua vaga. Vai saber.

16 maio 2006

"Um modelo que pode ser a salvação do futebol profissional no Brasil"

Tem gringo que vê assim a experiência do Corinthians com MSI, Kia, Berezovsky etc. etc.

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Escrevi aqui que achava que o Fluminense ganharia o primeiro jogo e, em ganhando, dificilmente deixaria a vaga escapar.

Mas o Vasco ganhou. E agora eu já acho que a situação do tricolor se complicou, e muito. Contando com o empate, o Vasco vai poder jogar do jeito que gosta: fechado atrás, explorando os contra-ataques. E tem sido difícil vencê-lo quando ele pode atuar assim.

Claro que clássico é clássico e vice-versa e, time por time, o Fluminense é melhor. Então, pro resultado me contradizer de novo não custa nada.

15 maio 2006

Frasista imbatível

O Parreira adora soltar frases que até fazem sentido quando foram ditas, mas que são um prato cheio para quem quiser encher o saco quando são tiradas do contexto. Depois de "o impedimento é a essência do futebol" e a inesquecível "o gol é só um detalhe", nosso técnico soltou mais uma na coletiva após a convocação da seleção, ao falar de como chegou à lista final: "o critério é não ter critério".

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Não acho o Brasil tão favorito quanto dizem. Acho um time forte, talvez o mais forte, especialmente em termos de talentos individuais. Mas acho que, na maior parte do tempo de Parreira à frente da seleção, não tivemos boas atuações - na verdade, convicente mesmo a seleção foi contra a Alemanha e a Argentina na Copa das Confederações, e só. Temos também uma quantidade razoável de jogadores importantes que não vêm mostrando bom futebol em seus times - como Ronaldo, Adriano, Roberto Carlos e outros. E, além disso, teremos que aguentar mais uma Copa do Mundo com Lúcio de titular na zaga. Lúcio na seleção é quase como um Fernando no Flamengo: o time pode estar jogando bem, ele mesmo pode estar jogando muito bem, mas a qualquer momento ele pode dar um jeito de entregar.

E o Lúcio ainda terá a companhia de seu "Diego". Dida não me passa confiança nenhuma. É bom embaixo das traves, mas não sabe sair do gol de jeito nenhum e é muito, mas muito ruim mesmo quando precisa usar os pés. Sei não.

Não tenho lá muita base pra falar das outras seleções, mas diria que Argentina, Itália e talvez a Inglaterra têm chances de título bastante comparáveis às nossas. Além da Alemanha, claro. É bom lembrar que, na última Copa, a Coréia do Sul - a Coréia do Sul! - conseguiu chegar às semi-finais por estar jogando em casa.

Fora isso, sempre vai ter uma seleção da África para ser a sensação e morrer nas quartas-de-final, se tanto. E algum time europeu que ninguém considera favorito para chegar às semi-finais.

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Rogério Ceni, Gilberto e Fred eu já esperava. A única surpresa, pra mim, foi Cris no lugar de Roque Júnior, que foi quase sempre convocado e em boa parte do tempo titular. Não entendi muito, mas longe de mim criticar alguém por tirar o Roque Júnior.

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Rogério Ceni, Cicinho, Cris, Luisão e Gilberto; Edmílson, Gilberto Silva, Juninho e Ricardinho; Robinho e Fred.

Volta e meia dizem que o Brasil teria condições de armar duas ou três seleções em condições de disputar o título. Bem, esta aí seria, segundo o Parreira, a segunda. Disputaria o título?

Sei lá.

Enquanto a Copa não vem...

Inter x São Paulo foi um jogo meia-bomba. Ao menos para o que se esperaria dos dois últimos representantes do Brasil na Libertadores, considerados dois dos melhores times do país (eu, pelo menos, considero que são os dois melhores mesmo).

Os dois times mostraram que são bons tecnicamente, sabem trocar passes, são organizados. Mas o fato é que não criaram muita coisa de efetivo não.

O Inter foi melhorzim, mas foi beneficiado no terceiro gol - em impedimento absurdo. E os outros dois gols, pra variar, saíram de cruzamentos do Jorge Wágner, pra mim o jogador mais importante do time.

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O Flamengo começou bem o jogo contra o Fortaleza. Encurralou o adversário em seu campo por uns 25 minutos. E criou uma chance atrás da outra para marcar. A quantidade de chutes da marca do pênalti foi impressionante. Diego Silva, Juan, Renato, Léo Moura - vários tiveram sua chance.

Mas a bola não foi no gol nem uma vez. Estivesse o Fortaleza sem goleiro e o 0x0 teria permanecido da mesma forma.

O tempo passou, o gol não saiu e o Flamengo foi piorando, piorando...
Ao final do jogo, o time ainda atacava apenas porque o Fortaleza se manteve atrás e deu campo. Porque o Flamengo ia ao ataque com pouca gente e totalmente desorganizado. Os laterais Léo Moura e Juan jogavam pelo meio e Obina (que foi pedido em coro pela torcida, quem diria) voltava para armar o jogo na intermediária. Não podia dar certo mesmo.

O Flamengo poderia ter ganho? Poderia, principalmente se tivesse aproveitado o bom momento no início. E se o juiz tivesse marcado o pênalti que Ramírez sofreu - mas não marcou, e preferiu dar um cartão amarelo por simulação a um jogador que lhe mostrava o nariz sangrando.
Mas, a bem da verdade, foi o Fortaleza quem teve as duas ou três melhores chances do jogo, com seus jogadores entrando cara a cara com Diego.

11 maio 2006

Bom resultado?

Pra maioria, um 1x1 entre Flamengo x Ipatinga neste jogo de ontem teria sido um bom resultado para o rubro-negro. Mas, pelas circunstâncias, não foi.

Não só pelo gol de desatenção/azar/erro do juiz sofrido nos descontos. Mas também pelo fato de que o Flamengo jogou muito, mas muito melhor do que o adversário e, com um pouquinho mais de ambição (e precisão no momento de decidir os lances), teria garantido uma vantagem de dois ou três gols que praticamente decidiria a parada.

0x0 no Maracanã, Flamengo na final. O perigo mora aí - em Waldemar Lemos considerar demais essa pequena vantagem e fazer seu time jogar por ela. Mas, em condições normais, não tem porque não termos uma final carioca na Copa do Brasil. O negócio é que Fernando & cia adoram subverter esse troço de "condições normais".

(Sendo justo: Fernando jogou muito bem ontem.)

10 maio 2006

Copa do Brasil, semi-finais, jogos de ida

Por algum motivo, Waldemar Lemos resolveu que não era uma boa pedir informações sobre o Ipatinga para os jogadores de lá que foram contratados pelo Flamengo (declarou isso vendo algum tipo de "ética" por trás desse gesto). Por algum motivo, ele também decidiu manter o inacreditável Fernando para barrar Ronaldo Angelim, que vinha sendo o melhor zagueiro do time, e colocar de volta Renato Silva, que já não vinha bem e se recupera de contusão. Por algum motivo, Waldemar Lemos jogará com apenas um atacante de ofício, mantendo o garoto Vinícius, meia de origem, no ataque do time.

Por algum motivo, Waldemar Lemos decidiu que deve dar alguma vantagem de lambuja para o Ipatinga. Vai entender.

Mas a verdade é que não sei o que esperar do adversário do Flamengo. Só vi um jogo deles este ano, o primeiro contra o Botafogo. Nesta partida, foi um time rápido, bem arrumado e objetivo, que soube se aproveitar da fragilidade e de uma certa auto-suficiência do adversário. Mas este foi um jogo só, e de lá pra cá o Ipatinga perdeu meio time. Além do mais, Waldemar tem feito e falado muita coisa sem nexo desde que assumiu, mas que o time melhorou, melhorou. Ou, ao menos, passou a ter resultados melhores.

Assim sendo, não tenho palpite para eeste primeiro Ipatinga x Flamengo. A não ser o de que seria melhor para o Flamengo jogar a primeira em casa.

* * * *

O Vasco está invicto a 11 jogos, uma série respeitável. É um time que corre o tempo todo, tem se defendido bem e, quando tem espaço para contra-atacar, sabe aproveitar. Tem Moraes, que se destaca nesse tipo de jogada, e tem Edílson, que mostrou lampejos de jogador decisivo contra o Volta Redonda que não apareciam faz tempo. Além disso, o Vasco tem a seu favor a confiança de saber que pode vencer (afinal, empatou contra o mesmo adversário jogando com o time reserva) e, ao mesmo tempo, a consciência de que é um time limitado, que precisa dar tudo e mais um pouco para conseguir bons resultados.

Mesmo assim, acho que dá Fluminense. Creio que vence este primeiro jogo. E creio que, se vencer mesmo, no segundo será quase impossível para o Vasco reverter isso.

Só pra lembrar/chamar a atenção: em sendo os dois jogos no Maracanã, ambos serão considerados em campo neutro e não haverá a possibilidade de desempate pelo maior número de gols na casa do adversário. Logo, um empate por qualquer placar não será bom para ninguém; apenas deixará tudo para ser resolvido na próxima semana.

07 maio 2006

Não tem diferença

Tá tudo tão equilibrado que os times estão colocando seus reservas, para poupar jogadores para a Copa do Brasil ou a Libertadores, e não está fazendo muita diferença.

O Vasco fez isso hoje e, com 9 reservas, venceu o Grêmio fora de casa. O Grêmio ainda pressionou muito no segundo tempo, mas a verdade é que criou pouco e nem dá pra dizer que Cássio tenha feito grandes defesas. Parece que o Renato conseguiu dar um jeito na defesa do Vasco, que era seu grande ponto fraco, e com isso - e muita raça - o time tem conseguido bons resultados. Normalmente tem sido com contra-ataques, mas hoje o gol que deu a vitória foi mesmo de sorte (ou asneira do adversário).

Após a primeira rodada, quando o Grêmio venceu o Corinthians, muita gente na imprensa - principalmente paulista - começou a enaltecer o time gaúcho, que ressurgia da segunda divisão e "iria dar muito trabalho". No Bem Amigos do dia seguinte àquela partida, o Galvão Bueno pergunou ao PC Vasconcelos o que ele esperava do Grêmio e ele respondeu, tranquilo: "irá lutar contra o rebaixamento". Todos no programa reagiram com supresa e discordaram veementemente - mas, agora, lá está o tricolor gaúcho já entre os quatro últimos. Tá muito no início ainda, mas eu tendo a concordar com o PC.

E o Flamengo foi outro que poupou titulares e venceu. O clássico contra o Botafogo foi dos piores jogos do ano, e olha que eu vi muito jogo ruim em 2006. O Waldemar poderia ter sido um pouco mais inteligente na hora de escolher jogadores pra poupar e mantido ao menos um dos laterais titulares do time. O que aconteceu é que o Flamengo insistiu pelo meio praticamente o jogo todo, de maneira irritante; e se o time já é de errar muitos passes, afunilando assim a coisa piora.

No primeiro tempo a partida ainda foi melhorzinha; foi quando o Minhoca mostrou alguma coisa, apesar da ânsia de ser herói e marcar seu golzinho. Se soltasse mais a bola, poderia ter dado um ou dois gols para os companheiros e se destacado mais - até porque ele, no Ipatinga, passou um longo tempo sem marcar gols e não parece mesmo ter vocação pra artilheiro. No segundo tempo ele sumiu, o Flamengo piorou muito, mas a verdade é que o Botafogo, campeão carioca, parece ser mesmo o pior dos grandes da cidade e não conseguiu mostrar nada que justificasse um resultado melhor. O meio-campo é um deserto, a ponto de Sérgio Manoel "mudar o panorama do jogo" ao entrar. O gol que levou foi de azar, mas não dá pra dizer que o resulado tenha sido injusto. A verdade é que os dois mereciam perder.

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Fiz sete de dez pontos possíveis. Até que não foi ruim.

A regra é clara?

Duas vezes ouvi isso hoje.

"Não foi pênalti, o jogador procurou se defender de uma bolada".

Dois lances em que os jogadores tocaram a bola com a mão dentro da área, dois pênaltis marcados. Um contra o Real Madrid, no jogo contra o Villareal pelo campeonato espanhol; outro para o Grêmio, na partida contra o Vasco pelo Brasileiro. Os que fizeram este mesmo comentário para as duas jogadas foram o Paulo Calçadi, na ESPN, e o Marsiglia, na Globo.

Tem alguma coisa na regra dizendo que o jogador pode botar a mão na bola se for pra ela não estourar em seu rosto, barriga ou onde for?

05 maio 2006

Loteria esportiva

Santa Cruz x Ponte Preta - Coluna do meio
Fluminense x Paraná - Coluna 1
Santos x Fortaleza - Coluna do meio
Grêmio x Vasco - Coluna do meio
Corinthians x São Paulo - Coluna 1
São Caetano x Palmeiras - Coluna 1
Atlético-PR x Internacional - Coluna 2
Flamengo x Botafogo - Coluna 1
Goiás x Figueirense - Coluna 1
Cruzeiro x Juventude - Coluna 1

Passarela e o Pacaembu

Posso estar enganado, mas se não me engano a última partida de Daniel Passarela no comando do Corinthians foi a goleada de 5x1 sofrida diante do São Paulo, no Pacaembu - com uma grande confusão causada pela torcida corintiana enfurecida. E agora, na volta do argentino ao estádio, agora no comando do River Plate, mais uma vez a Fiel mostrou sua ira após um resultado muito ruim dentro de casa.

Corre o boato de que autoridades paulistanas pretendem impôr um mandado de segurança para manter o técnico argentino longe do Pacambu daqui por diante. Chega de violência!

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Basta o Flamengo fazer o seu papel diante do Ipatinga (o que, ok, não há nenhuma garantia de que vá acontecer) para que tenhamos um clássico carioca decidindo um título, coisa que não acontece nem no estadual do Rio já há dois anos.

Curioso: o único clube grande da cidade a chegar às semi-finais do Campeonato Carioca (e que acabou sendo campeão) é também o único ficar de fora das semi-finais da Copa do Brasil.

04 maio 2006

Na Copa do Brasil, se classificou o...

- Flamengo, que foi o jogo que assisti. Com o time que Waldemar tem escalado, dificilmente o Flamengo vai entrar pra vencer. Hoje não precisava mesmo, então tá tudo certo. Mas poderia ter ganho, caso não tivesse um gol anulado absurdamente pelo Simon - que, fora isso, foi perfeito. O time pega agora o...

- Ipatinga, uma grande surpresa. Supresa na competição, quero dizer, já que perdeu quatro titulares importantes e continua ganhando de adversários difíceis. Mas, contra o Santos, não acho que fosse uma zebra, ainda mais depois do resultado do primeiro jogo. O Santos, já disse, está se enganando com o resultado do campeonato paulista. Não fosse Luxemburgo e ninguém o levaria muito a sério.

Agora, o Flamengo que abra o olho. Terá pela frente um time que teve um caminho muito mais difícil até agora do que ele. Waldemar poderia deixar Minhoca, Léo Medeiros e Diego Silva fazerem a preleção por ele. Os mineiros, inclusive, eliminaram o único grande carioca que está de fora, o Botafogo. Além do Flamengo, outro grande do Rio classificado é o...

- Fluminense, que é mesmo um time bem melhor do que o Cruzeiro, apesar de mais comentaristas apontarem o time de Minas como candidato ao título brasileiro do que o tricolor. Além do Lenny, que todo mundo falou depois dos gols no jogo de ida, outro garoto que tem se destacado é quem fez o gol agora na volta, o Marcelo, lateral que eu já tinha visto jogar na seleção sub-17 e tinha me impressionado muito. Aliás, esta seleção tinha muita gente que deve estourar, como o Kerlon (Cruzeiro), Anderson (ex-Grêmio, já na Europa) e Renato Augusto (Flamengo).

No meio dos garotos, um veterano que começou a jogar bem (não sei se foi o caso hoje, não vi o jogo) é o Rogério, que faz jogadas bem interessantes pela direita com o Arouca - um que já está se destacando desde o ano passado. Enquanto isso, continua-se esperando que o Pet comece a jogar. Ele é assim mesmo, demora a pegar. Vale a pena insistir. Quem sabe ele não começa a mostrar alguma coisa na semi-final carioca, contra...

- Vasco ou Voltaço. Engraçado que todo comentarista que eu leio tem medo de apontar favorito nesse confronto, sempre dizem que "é difícil" e, quando dão uma opinião, é meio que com o pé-atrás, falando baixinho e tossindo pra ninguém ouvir direito. Onde fomos parar.

Não sei bem o porquê disso. Embora o Túlio invente das suas nesse tipo de situação, acho dificílimo que não dê Vasco, sinceramente.

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O São Paulo passou perrengue pra passar do Palmeiras hoje, embora todos já dessem a classificação como certa. O Palmeiras precisava só de uma vitória simples e com o empate de 1x1 que prevalecia até o finzinho já levava pros pênaltis, e mesmo assim cansei de ouvir que tinha uma missão "quase impossível". Ok, o time deles é ruim e tá em crise, mas futebol é futebol e, mais ainda, clássico é clássico.

Além do mais, o São Paulo é mesmo um dos melhores do Brasil, mas não é essa máquina toda não. Estão tratando esse tim com uma reverência exagerada e periga os jogadores acreditarem.